Apostas, traição e choradeira: as músicas dessa reta final de 2022
A regra é clara: todo artista tem de ir aonde o povo está. E onde mais está o povo se não nas casas de apostas?
Penúltima Caixinha do ano chegando com novidades fresquinhas da música popular.
Se você ainda não apostou, a aposta pode ser você!
Dez entre dez brasileiros se surpreenderam em 2022 com a quantidade de casas de apostas que brotaram do chão. Todo dia tem um anúncio novo de uma bet da vida. Mas curioso mesmo foi demorar tanto pra aparecer uma música sobre o assunto.
Se tava faltando, agora não tá mais. Alanzim Coreano - que recentemente emplacou a viciante “Pega o Guanaraba e vem” - acertou mais uma. “O apostador” mistura duas paixões nacionais: perder dinheiro em aposta e sofrer por amor.
Como fazem os grandes tubarões do forró, Zé Vaqueiro foi lá e puxou o novato pra gravar o feat e fazer a música rodar o Brasilzão. Não é shark tank, mas é parecido!
Só pra não perder o trocadilho: Alanzim Coreano é uma das minhas apostas pra 2023, rs.
A culpa é de quem?
Maiara e Maraisa deixaram o melhor pro final e fecharam o ano com um lindo disco.
“Identidade” é mais um trabalho que firma as duas irmãs na primeira prateleira da música sertaneja. Já são pelo menos sete anos (“10%” é de 2015) no topo de um dos mercados mais concorridos da música popular. E sempre com o nível altíssimo.
Dedicação pra esse trampo não faltou: a dupla se mudou pra Mairinque (SP), pra ficar mais perto do estúdio de Eduardo Pepato, produtor, escudeiro fiel e dono da mão mais certeira da música sertaneja na última década.
O resultado tá em faixas como “A culpa é nossa”, escolhida para “puxar” o DVD. No estilo “canção-sermão”, Maiara e Maraisa travam um papo retíssimo com um vacilão traíra, numa pegada de música de arena que deixa o Imagine Dragons com inveja.
Nota rápida
‘A culpa é nossa’ é mais uma canetada de Lari Ferreira, uma das maiores compositoras dessa geração. Oh só algumas pedradas que cê já ouviu por aí e têm o dedo dela:
Jorge e Mateus: “Tijolão”, “Ranking”;
Marília Mendonça: “Eu sei de cor”;
Henrique e Juliano: “Vidinha de balada”, “De trás pra frente”.
Meu camarada João Teles, uma das pessoas que mais entendem do riscado nesse país quando o assunto é música sertaneja, fez uma playlist com as principais composições da Lari Ferreira:
Versão brasileira: Nattanzinho
Mantendo o ritmo de bons lançamentos por semana, Nattanzinho, o Bruninho de Luca do Forró Eletrônico, segue firme com músicas que - se não fosse a curadoria de serviços fundamentais como a Caixinha de Música - passariam despercebidas!
No estilo “se eu ouvi e gostei, você também merece ouvir e gostar”, deixo dois dos mais recentes singles do menino prodígio de Xand Avião.
Criador e criatura se juntaram pra essa versão de “I don't want to talk about it”, de Rod Stewart, que virou “Nunca mais”. Uma receita antiga e quase infalível: o forró melhora tudo - com todo o respeito!
No mesmo embalo, o rapaz transformou “I want to know what love is”, clássico do Foreigner, em “Te amo de verdade”.
Mudança total de significado. Diria que, 40 anos depois, o cara - que outrora só queria saber o que era o amor - reaparece pedindo desculpas por ter errado tanto durante esse tempo. Só que é um papinho muito torto, tipo “foi mal se te machuquei”. Dito isso, eu adorei a música.
Nota rapidíssima
“Gosto muito dessa música. Depois que a gente colocou no show, ela nunca mais saiu”.
Não preciso falar muita coisa, afinal essas aspas são do próprio Pericão, no início da faixa.
Só a título de curiosidade: um dos vídeos mais vistos dos últimos anos no canal do Multishow é o de Péricles cantando “Hackearam-me” no programa “Música boa ao vivo”. São mais de 6 milhões de visualizações, o que deve ter ajudado o sucesso de Tierry a entrar no repertório e nunca mais sair. Agora a faixa faz parte do DVD “Céu lilás ao vivo” e ganhou esse lindo arranjo.
Refrão pra ‘foder com a sua vida’
Vitor Fernandes é uma das melhores vozes da geração mais recente de cantores do forró que revolucionou o negócio - movimento que Xand Avião (olha ele aí de novo!) carinhosamente definiu como “o forró do futuro”.
Além das boas apresentações ao vivo, gosto do Vitor também porque o cara invste legal no audiovisual. Todo clipe tem uma historinha bem bolada, um esforço na interpretação. É o caso em “Aí ce liga”,
Falando da canção, dessa vez ele misturou coisas dos meus dois universos profissionais: música popular e reality show. Além da excelente moda pra ouvir chorando largado nesse fim de ano, Vitor traz Mirella Janis, a Cremosinha, craque dos reality shows da MTV e da Record, como estrela do clipe.
Tudo isso me obriga a puxar a campanha #VitorFernandesNoBBB! O forró precisa de um representante na “casa mais vigiada do Brasil”.
Voltamos a qualquer momento com outras novidades que vão tocar no seu radinho.
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